QaQc para preparação física de amostras (passo a passo para construção)

Garantir a geração de amostras precisas, imparciais e confiáveis é crucial para a pesquisa geológica, e a preparação física adequada é a chave para isso. Para que o processo seja bem feito é importante definir o Qa (como fazer/procedimento) e controlar esse processo com Qc (controle de qualidade para garantir que o Qa está sendo cumprido).
O processo de amostragem começa com a divisão de massa, permitindo que o lote seja completamente manuseado.
A partir daí, as amostras passam por estágios progressivos de cominuição, homogeneização e redução de massa para produzir sub-amostras representativas.

Para garantir a precisão e confiabilidade das amostras, é importante seguir um processo de preparação física adequado. Algumas etapas importantes incluem:

  • Divisão de massa: o lote de amostras deve ser dividido em porções menores para garantir que todas as amostras possam ser manuseadas adequadamente.
  • Cominuição: as amostras devem passar por estágios progressivos de trituração para reduzir o tamanho das partículas e torná-las mais homogêneas.
  • Homogeneização: é importante garantir que a amostra esteja bem misturada para que seja representativa da área de onde foi retirada.
  • Redução de massa: para produzir sub-amostras representativas, é necessário reduzir a massa da amostra original.

Ao construir o fluxograma de preparação física, é necessário definir todas as etapas envolvidas no processo, desde o recebimento das amostras até a entrega da alíquota ao laboratório analítico.
É importante garantir que todas as etapas sejam realizadas com precisão e que os equipamentos utilizados estejam em boas condições de funcionamento.

Etapas para a construção de um fluxograma:

  1. Recebimento da amostra.
  2. Pesagem.
  3. Secagem.
  4. Nova pesagem.
  5. Peneiramento.
  6. Primeira etapa de cominuição.
  7. Homogeneização.
  8. Divisão.
  9. Segunda etapa de cominuição.
  10. Homogeneização.
  11. Divisão.
  12. Pulverização.
  13. Homogeneização.
  14. Divisão.

É crucial incluir uma etapa de validação no recebimento das amostras para detectar possíveis erros antes do processo começar, como trocas de etiquetas.

A etapa de pesagem é importante para identificar erros e controlar perdas. Durante o processo de preparação física, é necessário verificar as perdas nos processos de cominuição, principalmente na britagem.

O processo de secagem é essencial para a eficiência do processo de divisão, mas a temperatura deve ser cuidadosamente controlada. No caso de matrizes que contêm Hg, S e As e deseja-se quantificar estes elementos, a temperatura de secagem deve ser, às vezes, no máximo 60ºC. Para matrizes que não possuem elementos voláteis, a temperatura geralmente não deve exceder 105ºC.

As etapas de cominuição variam dependendo da granulação inicial do material e dos equipamentos disponíveis no laboratório, mas geralmente seguem a seguinte ordem:

  • Britagem;
  • Homogeneização e quarteamento primário;
  • Pulverização;
  • Homogeneização e quarteamento secundário.

A etapa de pulverização deve ser cuidadosamente cronometrada, pois pode causar mudanças significativas no material devido ao processo natural de contaminação causado pelo desgaste do moinho.

Na etapa de homogeneização e divisão, é recomendável o uso de equipamentos como rifle e/ou carrossel. No entanto, outros métodos, como cruzeta e pilhas, também podem ser utilizados. O tipo de processo deve estar claramente definido no fluxograma.

A determinação das frações produzidas em cada estágio de cominuição, homogeneização e divisão é um passo crucial para garantir a qualidade dos resultados obtidos. Além disso, é importante destacar que a adição de processos adicionais ao fluxograma é uma prática comum para garantir a adequação do processo às especificidades de cada amostra.

Para melhorar ainda mais a eficiência do processo, é recomendável trabalhar com frações em vez de quantidades fixas de massa, pois isso pode ajudar a minimizar as variações nos resultados e garantir uma maior reprodutibilidade dos experimentos. Vide exemplo:

Algumas técnicas que podem ser utilizadas para determinar as frações produzidas em cada estágio incluem a análise granulométrica por peneiramento, a separação magnética e a separação por densidade.
É importante escolher a técnica mais adequada para cada tipo de amostra e garantir que os resultados sejam precisos e confiáveis.

Em resumo, o uso de processos adicionais no fluxograma e a determinação das frações produzidas em cada estágio são práticas essenciais para garantir a qualidade e a eficiência do processo de cominuição, homogeneização e divisão de amostras.

Não é indicada a definição das massas devido à variabilidade envolvida no próprio processo, o correto é definir o fluxograma em frações do total que são facilmente entendidas pelos operadores do laboratório devido às próprias características dos divisores.

É fundamental estar definido no fluxograma as etapas que irão gerar duplicatas e essas duplicatas devem ter a mesma fração da amostra que irá seguir o processo.

A preparação física apresenta diversas variáveis e diversas ferramentas de controle que devem ser utilizadas, a maioria relaciona-se a controle de massa (pesagens) e granulação do material (controle de granulometria através no peneiramento).

A inserção de cada etapa no processo de preparação física deve ser cuidadosamente definida (e avaliada a real necessidade), uma vez que cada etapa inserida agrega um erro ao processo.

Os fluxogramas de preparação são específicos para cada material e devem ser sempre elaborados de forma a manter a representatividade da amostra inicial até a amostra pulverizada final que será utilizada.
Ferramentas de controle sempre devem ser inseridas e o processo deve ser constantemente monitorado e avaliado.