Mary Anning: A mãe esquecida da Paleontologia

O nome do inglês William Buckland (1784-1856) é uma grande referência quando se conta sobre a origem da paleontologia.
A história conta que Willian é o pai da Paleontologia, com a primeira descoberta registrada de um esqueleto completo de dinossauro em 1824, o fóssil do Megalossauro.

Ele também foi famoso por sua descoberta dos coprólitos (fezes fossilizadas). No entanto, outra personagem desta mesma época realizou diversas descobertas, e foi responsável por compreender o que os coprólitos significavam, seu nome era Mary Anning.

Mary Anning (1799-1847) foi uma popular colecionadora e comerciante de fósseis da Inglaterra.


Seus famosos achados incluíam amonites, peixes e répteis marinhos (por exemplo, ictiossauros, plesiossauros e pterodáctilos). Os fósseis foram fundamentais na história da geologia, e possibilitaram, por exemplo, a criação do primeiro mapa geológico por Willian Smith na Inglaterra.

Anning era filha de um casal muito pobre de Lyme Regis (Reino Unido), e seu pai era um marceneiro que gostava de buscar fósseis e vender seus achados, uma paixão que foi compartilhada com a filha.

Aos dez anos, seu pai faleceu, deixando a família sem nenhum dinheiro e com dívidas. Como sua mãe, em choque pela morte do marido, se recusava a falar com ela, Anning vagou à beira-mar. Nesse dia, Anning encontrou um fóssil, mostrou à uma senhora que ficou muito contente e comprou a peça. Este fato inspirou Anning a entrar no negócio de comércio de fósseis.


O trabalho de Mary Anning trouxe descobertas de espécimes novos, e possibilitou a formação das primeiras reconstruções de esqueletos de répteis extintos.

Isto trouxe um novo olhar sobre a vida no passado remoto do planeta.
Algumas obras científicas de Mary Anning foram publicadas, no entanto por ser mulher, estas obras foram divulgadas de forma anônima.
Esta forma de publicação em revistas científicas no século XIX, obrigava os leitores a avaliarem os trabalhos por seu mérito, e não por quem estava escrevendo. O problema é que, muito tempo depois, foi difícil reconhecer o mérito dos cientistas que produziram estes trabalhos.


Anning nunca foi membro da Sociedade Geológica de Londres, também pela discriminação de gênero. Apesar destas dificuldades, seu trabalho foi tão extraordinário, que sua influência nas coleções de fósseis é reconhecida até hoje, e referenciada em museus e exposições.