O projeto de uma barragem de aterro é principalmente controlado pelas características dos materiais disponíveis, pela natureza da fundação, pelos métodos construtivos especificados e pelo grau de compactação previsto.
Em relação a fundação das barragens do aterro, incluindo as ombreiras, devemos assegurar sempre a estabilidade dos projetos. Essa avaliação deve contemplar as cargas transmitidas pelo aterro e um controle efetivo da percolação.
Quanto ao aterro, há de se projetar a seção de modo que a mesma satisfaça as suas finalidades, construído com os materiais disponíveis no mínimo custo e com a segurança adequada.
Diferente dos projetos das barragens de concreto, pode-se dizer que é possível construir uma barragem de aterro em quase todos os tipos de fundação, desde que sejam estudados suficientemente os materiais que as compõem e também que o projeto se adapte convencionalmente às condições observadas.
Sob o ponto de vista dos tratamentos necessários às fundações, podemos dividir a estratégia geotécnica em três grupos, conforme as características predominantes da fundação, ou seja:
As fundações em rocha definem a presença de materiais geológicos normalmente de boa qualidade para fundações e sem grandes problemas geotécnicos. Quando identificados problemas geralmente estão associados à permeabilidade, sendo esta propriedade variável devido às características do maciço de fundação.
No caso de fundações em solos permeáveis (solos arenosos ou com pedregulhos) devemos considerar duas questões nessas fundações.
A primeira relaciona-se a quantidade de água perdida por percolação. A segunda relaciona-se com a grandeza das forças de percolação. Esta última, questão assume especial importância no caso de fundações constituídas por areias limpas saturadas (geralmente finas e uniformes) e de baixa compacidade.
Por fim, temos as fundações em solos impermeáveis (solos argilosos ou siltosos). Nesse grupo temos como principal problema a estabilidade contra a ruptura por cisalhamento ou recalques excessivos.
O tratamento mínimo para qualquer tipo de fundação consiste na remoção da camada superficial (limpeza e/ou saneamento da fundação).
Em muitos casos em que o solo de fundação se apresenta com pequena espessura, ele é removido totalmente até a rocha, ou material geológico de melhor competência, tendo em vista que em climas tropicais a rocha pode estar a grande profundidade e inviabilizar a escavação até a mesma. Nessas situações podemos optar por reduzir ou mesmo controlar a camada problemática. Por exemplo, em fundações de solo podemos executar cut-offs e preenchê-los com material compactado e permeabilidade semelhante ao do aterro, de forma a reduzir as águas de infiltração ou apenas com o propósito de conectar a porção impermeável do aterro com a fundação.
Os tratamentos das fundações inclusive podem ser combinados entre si.
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