Erros mais comuns em um Laboratório de Mineração

Ao estruturar o programa de controle de qualidade, é crucial identificar previamente os problemas mais frequentes dos processos (etapa importante dentro do QaQc) para aplicar as ferramentas adequadas durante a execução do controle de qualidade, a fim de evitá-los.

Seguem abaixo alguns dos erros mais comuns em laboratórios de mineração, bem como algumas maneiras de evitá-los.

Troca de Amostra

Podem ocorrer em qualquer etapa.

Para evitar:

-Controle de rastreabilidade por código de barras;

-Estabelecer formas de marcação de amostras no processo analítico quando não é possível o uso do código de barras, como, por exemplo, em etapas de digestão;

-Estabelecer uma linha de produção bem definida;

-Checagem de pesos em etapas intermediarias do processo de cominuição.

Contaminação

Pode ocorrer no processo de preparação física e análise.

Para evitar:

-Uso de ar comprimido para limpeza dos equipamentos e, se ainda necessário, utilização de brancos de limpeza em todas as etapas de cominuição, homogeneização e quarteamento;

-Manter as estações de trabalhos limpas;

-Utilização de sistemas de exaustão adequados de forma a minimizar a presença de particulados no ambiente;

-Manter vidrarias, cadinhos, espátulas, etc. do laboratório limpos;

-Realizar sempre a limpeza dos sistemas de introdução dos equipamentos de leitura entre uma amostra e outra;

-Utilizar a ferramenta branco de preparação para monitorar o processo.

Erro de amostragem

Seleção de métodos de preparação física inadequados ao tipo de amostra -rochas, minérios, solos e sedimentos, etc.- podem gerar alíquotas para análise que não são representativas para a amostra coletada; no caso de amostras de ouro que apresentam o efeito “pepita” como característica, buscar procedimentos capazes de minimizar tal efeito.
Como evitar:

-Secar as amostras antes de dividi-las em “sub-amostras”;

-Utilizar divisores de maneira correta e utilizar preferencialmente divisores rotativos (carrossel);

-Definir quais frações de massa serão retiradas em cada etapa de divisão.

-Utilizar a ferramenta de controle Duplicatas para avaliar a variabilidade de cada etapa e caso necessário rever as frações utilizadas.

Erro de Decomposição da amostra

Seleção de métodos de decomposição inadequados ao tipo de amostra/elemento e aplicação ao interesse desejado.

Como evitar:

-Estudar previamente a mineralogia;

-Estudar previamente os elementos que podem ser interferentes nos elementos de interesse;

-Definir previamente a existência de elementos voláteis ou que se precipitam em determinados métodos de abertura;.

-Sempre ter em mente que todos os métodos tem limitações e que várias vezes haverá a necessidade de utilizá-los combinados.

-Utilizar a replicação de amostras (replicata) como ferramenta de controle para avaliação da variabilidade.

Erro de Curvas de Calibração

Uso de padrões inadequados ou fora do prazo de validade na construção de curvas de calibração; construção de curvas de calibração que não abrangem todo o range desejado; problemas de linearidade nas curvas de calibração. Como evitar:

Selecionar padrões adequados e que cubram todo o range desejado e que esteja em acordo com a matriz a ser analisada

Erro de Pesagem

Utilização de balanças descalibradas, desniveladas ou locais inadequados. Como evitar:

-Selecionar o local onde colocar a balança. As balanças devem estar em bancadas estáveis e niveladas;

-Utilizar procedimento de verificação das balanças. As balanças devem ser aferidas internamente e, quando necessário, solicitar a aferição e/ou calibração externamente por órgãos capacitados. Internamente, deve-se utilizar o monitoramento frente das balanças (diário preferivelmente) gerando registro de dados de controle de QCs através do uso de pesos padrões nas faixas de trabalho pré-definidas.

-Manter os pesos padrão em caixas que os preservem de possíveis interações com o meio (ex=oxidação) que poderiam alterar suas características/massa.