O amolgamento em solos ocorre quando há deformação ou perturbação durante a coleta de amostras de solos de fundação, seja em campo ou em laboratório.
Esse processo é mais comum em solos moles e compressíveis, como argilas, siltes e areias finas, e pode ser minimizado com a adoção de técnicas adequadas de extração em campo, transporte e manipulação adequada em laboratório (solos essencialmente argilosos são menos críticos).
No entanto, mesmo com essas ações, os solos moles podem ainda ser amolgados devido à sua sensibilidade.
Os principais fatores atribuídos ao amolgamento em campo incluem perturbações no solo, surgimento de deformações devido ao amostrador, desenvolvimento de deformações no solo durante a inserção do tubo amostrador e alterações das tensões no solo devido ao tipo e profundidade do solo.
As propriedades geotécnicas dos solos, que estão relacionadas à sua estrutura e umidade natural, são diretamente afetadas pelo amolgamento.
Quando um ensaio de adensamento unidirecional é realizado em uma amostra amolgada, pode-se notar as seguintes condições no gráfico tensão versus deformação em comparação com uma amostra íntegra do mesmo material: uma curva mais achatada, um redução do índice de vazios em qualquer tensão efetiva, uma maior compressibilidade na região de recompressão e uma redução na região de compressão virgem, e uma menor tensão de pré-adensamento.
Desta forma, para minimizar os efeitos do amolgamento, Ladd e Griit (2003) sugerem os seguintes cuidados:
- Manter o furo de sondagem preenchido com lama e água, diminuindo a extensão excessiva pelo alívio da tensão vertical total no fundo do furo;
- Segmentar o tudo amostrador;
- Passar um fio de aço entre a parede interna do amostrador e a amostra para preparar o corpo de prova.
Assim, a tendência é reduzir o erro por conta do amolgamento das amostras, obtendo resultados com maior acurácia.