Pinito (Cherry Blosson Stone) A rocha mais “fofa” que você já viu.

O pinito, também conhecido como “pedra de flor de cerejeira” (cherry blossom stones), é um dos tipos de rocha mais visualmente enigmáticos coletados no Japão.

É espantoso (e emblemático, será?) que esta rocha ocorra apenas no coração do país da Sakura, a flor de cerejeira.

Esta rocha ocorre com cristais relativamente pequenos, sub-hexagonais, formados por de mica (muscovita) microcristalina, que quando cortados possuem o aspecto da flor símbolo da cultura japonesa.

Mas, na verdade, esse aspecto geométrico “em flor” não pertencia à mica.

No início, estes cristais de pinito eram um intercrescimento de seis cristais de cordierita (no entorno) e um de indialita (no centro).


Posteriormente, estes cristais foram substituídos por muscovita. Este tipo de fenômeno gera o que chama chamamos na geologia de “cristais pseudomorfos”, que são minerais formados em uma fase posterior que substituem um cristal antigo, e, assim, mimetizam a sua forma.


A rocha formadora das “pequenas flores” é um hornfels, uma rocha metamórfica de contato, de matriz fina, e que pode ser encontrada em bordas de intrusões magmáticas.

No caso do pinito, a rocha original era feita de sedimentos finos (folhelho), depositados entre o Triássico e o início do Cretáceo (rochas do Grupo Tamba). No início do Cretáceo, entorno de 98 milhões de anos atrás, a chegada de magmas silicáticos na região trouxe calor e a alteração desses sedimentos.

Assim se formaram as cordieritas e indialitas, que são silicatos ricos em magnésio e alumínio (e também ferro, no caso da cordierita).

Mais tarde, um segundo evento hidrotermal alterou as cordieritas e indialitas, transformando estes minerais em muscovita.

Assim como a Sakura real, os cristais de pinito são muito delicados e podem ser facilmente destruídos no manuseio. Por isso, os japoneses costumam revestir estes cristais com uma solução de cola de madeira e água, para preservar o formato.