A luta pela preservação do meio ambiente envolve uma forte batalha com as atividades mineradoras.
A mineração continental possui diversos aspectos indesejáveis e que precisam ser cuidadosamente controlados para não gerar grandes impactos negativos no meio ambiente.
Ainda assim, com a crescente demanda por metais e elementos terras raras, movida também pela indústria de baterias, a exploração do fundo marinho se tornou uma opção.
Em 2021, Nauru, um pequeno país do Pacífico, entrou em uma parceria com a empresa canadense DeepGreen para explorar o fundo marinho, e requisitar uma área de 4,5 milhões de km2 para explorar minérios.
Isso soou um alarme de emergência, que, na verdade, estava demorando para soar.
Este tipo de ambiente possui áreas ricas em terras raras, manganês, cobalto, níquel, e outros recursos minerais.
A área requerida por Nauru, por exemplo, pode ter até 27 milhões de toneladas de nódulos de manganês na superfície.
Com base no consumo atual da humanidade, a área poderia nos abastecer com manganês por décadas.
A requisição de Nauru criou uma urgência em se definir regras para a mineração no mar o quanto antes. Segundo o site da BBC, o início da mineração por Nauru poderia ser em 2026.
Esta atividade deve ser regulamentada pela Assembleia da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, International Seabed Authority), responsável pelas regiões de águas internacionais, em conjunto com outros órgãos internacionais.
Os trabalhos de criação do “Código de Mineração” da ISA iniciaram em 2014, mas ainda não estão concluídos.
A verdade é que a luta pela preservação dos oceanos é grande, e a extensão dos impactos ambientais da mineração do fundo oceânico não é conhecida.
Regiões com nódulos de manganês, por exemplo, parecem ter maior biodiversidade que áreas que não os têm.
Ou seja, há evidências de uma conexão entre eles.
Como lidar com esta questão?
Como estimar o dano no fundo marinho, se o próprio fundo marinho é pouco conhecido?
Parece ser mais fácil conhecermos detalhes da superfície da Lua do que detalharmos o fundo dos oceanos.
Existe um projeto em andamento de mapeamento do fundo oceânico até 2030, coordenado pela Nippon Foundation e GEBCO.
Ainda que a meta seja atingida, falamos apenas de topografia, faltará muito para a compreensão da dinâmica biológica do fundo marinho.
Além da falta de conhecimento, questões ambientais, ainda há discussões sobre quem receberá os dividendos.
Sim, porque os países possuem uma faixa de zona de exploração exclusiva, mas e as águas internacionais?
Como o lucro será dividido?
Nas comissões da ISA, esta também é uma pauta que está sendo discutida.
Com tantos empasses, a mineração do fundo marinho é uma discussão que parece estar longe de terminar.
Resta saber se a demanda por minerais raros vai esperar.