Evidências da geologia sedimentar e palinologia ajudam a explicar como as pirâmides de Gizé foram construídas

Os egípcios acreditavam que as pirâmides, além de homenagear grandes personalidades de seu povo, eram também a porta de entrada destes para o reino além-túmulo.

Mas a construção das imensas pirâmides de Gizé, no Egito, é um dos maiores mistérios da civilização.

Todo este material transportado de regiões distantes e encaixados com precisão, há cerca de 4,5 mil anos, como foi possível?

O estudo de Sheisha et al. (2022) indica que um cenário geológico que pode ter favorecido a construção das pirâmides.

Pirâmides de Gizé

Perfurações no entorno da cidade de Gizé deram uma importante indicação de como era o ambiente geológico da superfície.

Sedimentos atribuídos ao Rio Nilo foram encontrados em profundidade, indicando que havia água na região próxima das pirâmides.

Além disso, estudos dos grãos de pólen (palinologia) da região perfurada fornecem evidências de que existiu na época uma flora muito próxima da encontrada nas margens do rio Nilo e da existente em pântanos, muito diferente da aridez encontrada hoje.


Mudanças nas bacias hidrográficas em geral são comuns de serem observadas, e um curto espaço de tempo.


Segundo os estudos realizados, é possível que a bacia do Rio Nilo possuísse um desenho diferente do de hoje, incluindo um braço de rio que passaria mais próximo da localização das pirâmides.

Deste modo, o rio poderia servir como um canal de transporte para as enormes rochas utilizadas na construção.

Neste caso, o corpo de água deveria também ter um leito com profundidade suficiente para serem navegáveis com as embarcações da época.


Além dos sedimentos e do pólen indicando a passagem da água, sabe-se que a construção das pirâmides foi também um período de muitas enchentes, onde o ramo do Rio Nilo denominado Khufu esteve com altos níveis de água.