O Jogo de Cores da Opala

A opala é uma gema que, embora não possua a dureza de outras pedras preciosas, encanta pelo seu jogo de cores fascinante e pelo brilho intenso.

Sua beleza, que pode variar entre tons de vermelho, laranja, verde e azul, é o que a torna única no universo das pedras preciosas.
A gema, comumente conhecida por sua translucidez e características de brilho iridescente, é valorizada justamente por essas propriedades, que geram efeitos luminosos incomparáveis, especialmente quando iluminada.

O jogo de cores da opala, também conhecido como “opalescência”, é um fenômeno fascinante que ocorre devido à estrutura interna única da pedra.
Ao contrário de muitas outras pedras preciosas, a opala não possui cristais ordenados, mas sim uma rede tridimensional de pequenas esferas de sílica.

Essas esferas são tão minúsculas que formam uma estrutura de “grade” no interior da pedra.
Quando a luz incide sobre a opala, ela interage com essa estrutura interna, causando a difração da luz.

Esse fenômeno faz com que as diferentes cores da luz visível se separem e sejam refletidas de diferentes maneiras, resultando em um espetáculo de cores que podem variar dependendo do ângulo de visão e da iluminação.

A intensidade e a qualidade desse efeito dependem de vários fatores, como o tamanho, a uniformidade e o espaçamento dessas esferas de sílica na rede.
Quando essas esferas são perfeitamente ordenadas, o efeito de difração é mais pronunciado, resultando em um jogo de cores vívidas e intensas, especialmente nos exemplares de opala negra e de opala de jogo, que são altamente valorizados.

Entre as variedades mais apreciadas, destacam-se a opala negra, que geralmente apresenta uma cor de fundo preta ou cinza e um jogo interno de cores, e a opala de jogo, translúcida com reflexos de cor vermelha e laranja.

Essas variedades podem ser lapidadas em cabochões, mas também é comum a criação de gemas duplas (doublets), onde uma camada de opala de qualidade gemológica é cimentada sobre uma opala comum ou outro material. Esse processo confere à gema a aparência de uma peça única, dificultando sua identificação como uma pedra composta.

Apesar da opala ter uma dureza relativamente baixa, o que a torna suscetível a riscos e danos, algumas técnicas de lapidação e a utilização de camadas protetoras, como o quartzo incolor, permitem que a gema se mantenha intacta por mais tempo.

Essas características tornam a opala um objeto cobiçado não só para joias, mas também para peças de decoração esculpidas com grande delicadeza.

Historicamente, a opala foi muito apreciada desde os tempos da Roma Antiga. Plínio, o Velho, mencionou o grande valor da opala, relatando que o senador romano Nonius possuía uma opala do tamanho de uma avelã, que foi cobiçada pelo imperador Marco Antônio. Porém, a pedra foi associada a superstições de má sorte no início do século XIX, o que fez com que sua popularidade diminuísse temporariamente.

No entanto, essa superstição já caiu em desuso, e a opala voltou a brilhar com força total no mercado de pedras preciosas.

Hoje, a Austrália é o principal produtor de opala de alta qualidade, com várias minas espalhadas pelo país. O México também é um grande fornecedor, destacando-se como o segundo maior produtor mundial.

A opala, com sua variedade de cores e formas, continua a ser uma das gemas mais fascinantes, conquistando tanto os colecionadores quanto os joalheiros.
Seu brilho único e as histórias que carrega fazem dela uma verdadeira preciosidade, que merece ser celebrada em todo o mundo.