Quando pensamos em gemas, muitas vezes somos transportados para um mundo de brilho e beleza natural, repleto de pedras preciosas que adornam joias e inspiram a humanidade há milênios. Mas você sabia que nem todas as gemas vêm diretamente da natureza e que o termo “pedra preciosa” nem sempre se aplica a todas as gemas?
As gemas naturais são aquelas formadas espontaneamente na natureza. Entre elas, as gemas minerais constituem a maior e mais valorizada categoria. Este grupo abrange as pedras preciosas mais icônicas, como diamante, esmeralda, rubi, safira e ametista, usadas desde tempos antigos por sua beleza e durabilidade.
Mas há também as gemas orgânicas, um grupo menor, porém igualmente especial. Produzidas por seres vivos, como pérolas naturais, âmbar e marfim, essas gemas têm origem biológica e, portanto, não são tecnicamente classificadas como “pedras preciosas”. Apesar disso, sua raridade e apelo estético as tornam igualmente desejadas.
Com os avanços tecnológicos, a humanidade conseguiu reproduzir e até reinventar gemas em laboratórios. É aqui que entram as gemas sintéticas, artificiais, reconstituídas e tratadas.
Cada uma dessas categorias tem características únicas e usos específicos:
Gemas Sintéticas:
Criadas em laboratório, essas gemas têm composição química e propriedades idênticas às suas contrapartes naturais. Exemplos incluem esmeralda sintética e safira sintética. Embora visualmente indistinguíveis das naturais a olho nu, podem ser identificadas com equipamentos especializados.
Gemas Artificiais:
Diferentemente das sintéticas, as artificiais não possuem uma versão natural correspondente. Elas são invenções humanas, como a zircônia cúbica, amplamente usada como substituta de diamantes.
Gemas Reconstituídas:
Quando uma gema natural é frágil demais para ser lapidada, seus fragmentos podem ser triturados, aglomerados com resinas e moldados para criar uma peça consistente. Exemplos incluem turquesas e lápis-lazúlis reconstituídos. Além da criação, muitas gemas passam por processos de tratamento para realçar sua aparência ou corrigir imperfeições. Esses tratamentos são comuns e amplamente aceitos no mercado de joias, desde que divulgados de forma transparente:
Gemas Tratadas:
Aqui, intervenções químicas ou térmicas alteram características naturais, como a cor. A ametista tratada termicamente para se transformar em citrino é um caso clássico.
Gemas Realçadas:
Em vez de transformar, o objetivo é intensificar a beleza já presente na gema. Um exemplo é o aquecimento de ágatas para acentuar suas tonalidades naturais.
Gemas Revestidas e Compostas:
Camadas adicionais ou combinações de materiais são aplicadas para criar efeitos únicos, como intensificar cores ou melhorar a durabilidade.
Embora os termos “gema” e “pedra preciosa” sejam frequentemente usados de forma intercambiável, há nuances importantes. Nem todas as gemas são pedras preciosas, e nem todas as pedras preciosas precisam ser 100% naturais.
A diversidade de gemas disponíveis, tanto naturais quanto artificiais, permite um leque vasto de possibilidades para quem deseja adquirir ou trabalhar com essas joias.
O universo das gemas é tão variado quanto fascinante. Desde o brilho das gemas naturais até a engenhosidade das sintéticas e tratadas, cada uma possui uma história que reflete a interação entre natureza e humanidade.
Seja para um especialista em gemologia ou um admirador de joias, compreender as diferenças e os processos por trás das gemas nos ajuda a apreciar ainda mais essas maravilhas do mundo.
Fonte: BRANCO, P. de M. Dicionário de Mineralogia e Gemologia. São Paulo, Oficina de Textos, 2008. 608 p. il.