As esmeraldas, pertencentes à família dos berilos, são gemas amplamente apreciadas por sua cor verde intensa, que varia de um verde profundo a tons mais claros e translúcidos.
A sua fórmula química, Be₃Al₂(SiO₃)₆, identifica a estrutura cristalina característica desta gema.
A cor verde vibrante das esmeraldas é resultado da presença de traços de crômio, vanádio e ferro em sua composição.
Esses elementos são cruciais para diferenciar esmeraldas de outros berilos, como a água-marinha e a morganita, que possuem colorações distintas.
A formação das esmeraldas ocorre ao longo de processos geológicos como veios hidrotermais, frequentemente associados a rochas graníticas. Esses veios são gerados por fluidos quentes, ricos em minerais, que interagem com as rochas ao redor, promovendo a cristalização do berilo.
Para que as esmeraldas adquiram sua cor verde característica, é necessária a presença de crômio, vanádio e ferro nesses fluidos.
O Brasil tem sua história mineralógica profundamente entrelaçada com a busca por pedras preciosas. Desde o início do período colonial, as expedições portuguesas em busca de riquezas impulsionaram a exploração do interior do país.
As famosas Entradas e Bandeiras foram essenciais nesse processo, destacando-se a figura de Fernão Dias Paes Leme, que, em 1674, iniciou a célebre expedição à procura da “terra das esmeraldas”.
Curiosamente, ele não encontrou esmeraldas, mas sim turmalinas verdes.
As primeiras ocorrências de esmeraldas economicamente significativas no Brasil só surgiram no século XX. A região de Brumado, na Bahia, é considerada uma das mais antigas referências dessas ocorrências.
Descobertas notáveis ocorreram entre 1912 e 1913 no Vale do Ribeirão Pirajá, segundo estudos de Just (1926), Cassedanne e Sauer (1982a), e outras áreas foram identificadas nas décadas
seguintes em Goiás e Minas Gerais (Leinz & Leonardos, 1959; Cunha, 1961; Cassedanne, 1984).
Entretanto, foi apenas em 1963, com a descoberta de esmeraldas em Salininha, no município de Pilão Arcado, Bahia, que o Brasil passou a se destacar como produtor mundial.
Este marco na história das gemas brasileiras foi confirmado pelo Gemological Institute of America, que reconheceu oficialmente os berilos coloridos por vanádio como esmeraldas de qualidade gemológica (Sauer, 1982a; Cassedanne, 1984).
Outro importante avanço ocorreu em 1964, com a descoberta das jazidas de Carnaíba, na Bahia. Estas descobertas, juntamente com as de Santa Terezinha de Goiás e Socotó, colocaram o Brasil entre os principais produtores mundiais de esmeraldas, consolidando a posição do país no mercado global de gemas.
A jazida de Itabira, descoberta em 1978, foi outro marco relevante. Localizada na região central de Minas Gerais, esta jazida, conhecida como Mina Belmont, é minerada desde 1981 pela Belmont Gemas Ltda.
A operação é a céu aberto e segue um planejamento detalhado, com grande potencial produtivo. Apesar de sua importância, a região ainda carece de estudos geológicos detalhados, conforme apontado por Bastos (1981) e Mendes et alii (1985).
Essas descobertas e desenvolvimentos transformaram o Brasil em um dos maiores exportadores de esmeraldas do mundo, com jazidas em áreas estratégicas como Itabira, Santa Terezinha de Goiás e Carnaíba, que continuam a impulsionar o setor mineral brasileiro.
Referências:
SOUZA, Juarez Leal de e CÉSAR-MENDES, Júlio e SVISERO, Darcy P. Aspectos
mineralógicos e geológicos das esmeraldas brasileiras. REM: Revista Escola de Minas, v. 40, n. 3 , p. 18-26, 1987
One thought on “A História das Esmeraldas no Brasil: Uma Jornada de Descobertas Minerais”
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Que legal que Brumado faz parte dessa história