Você já deve ter ouvido falar sobre o Asbesto, também conhecido como Amianto, que se refere a um grupo de minerais que ocorrem amplamente na natureza e têm sido amplamente utilizados na indústria ao longo do último século.
Sua exploração foi intensa devido à sua abundância e ao baixo custo de extração.
Esses minerais são classificados em duas categorias principais: serpentina e anfibólio, com propriedades físico-químicas similares, mas variações na composição e estrutura.
Os minerais de asbesto são agrupados em duas principais categorias: serpentina e anfibólio.
A serpentina (crisotila) formada por processos hidrotermais ou metamórficos, e anfibólios (tremolita, actinolita, antofilita, amosita e crocidolita). As fibras da serpentina tendem a ser mais onduladas e flexíveis, enquanto as do anfibólio são geralmente retas e mais frágeis.
Essas diferenças influenciam não apenas as aplicações dos minerais, mas também os riscos associados à saúde. Historicamente, o asbesto foi amplamente valorizado por sua resistência ao calor, flexibilidade e durabilidade.
No século XIX, a produção de asbesto expandiu-se industrialmente, com depósitos sendo explorados em países como Canadá, África do Sul e na antiga URSS.
No século XX, o uso do asbesto se popularizou como isolante térmico e em materiais de construção, como o fibrocimento, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial.
No Brasil, a mineração de asbesto começou no início do século XX e se intensificou com a descoberta de grandes depósitos, como o de Cana Brava em Goiás, na década de 1980.
No entanto, os riscos para a saúde associados ao asbesto resultaram em restrições e proibições progressivas, culminando com a proibição da exploração da crisotila em 2017.
Os depósitos de asbesto se encontram associados a rochas ultramáficas, carbonatos serpentinizados, como também em formações ferríferas bandadas. A prospecção desses depósitos utiliza métodos geofísicos, como a magnetometria, e técnicas de imageamento espectroscópico para identificar e mapear as variedades mineralógicas. Essas abordagens são eficazes na detecção e avaliação de áreas com potencial econômico.
Um caso notável de ocorrência de asbesto é o Sítio Xilili, situado no Sertão de Pernambuco, esse depósito localizado na Província Borborema, é caracterizado pela presença de antigorita, serpentina, talco e outros minerais associados.
O asbesto encontrado é predominantemente do tipo antofilítico que em veios irregulares associados a anfibolitos e serpentinitos.
A análise mineralógica do Sítio Xilili identificou dois tipos principais de fibras de antofilita: mass-fiber e slip-fiber. As fibras mass-fiber são curtas e quebradiças, enquanto as slip-fiber têm uma orientação mais definida e estão associadas a cristais relictos de antofilita.
Compreender esses minerais é fundamental para avaliar as características do depósito e suas implicações econômicas e ambientais. Com valiosas propriedades industriais, os depósitos de asbesto apresentam uma importância econômica e geológica significativa, pois, na maioria dos casos, esses depósitos estão associados a rochas ultramáficas, que possuem grande valor econômico.
O estudo desses depósitos como o do Sítio Xilili é essencial para entender a geologia e a economia associadas ao asbesto.
A pesquisa contínua é vital para aprimorar a gestão e segurança na exploração e uso desses minerais.
Referências: SANTOS, G. L.; SANTOS, L. C. M. DE L.; NETO, J. F. DE A. Um OLHAR SOBRE OS MINERAIS DE ASBESTO: ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOLÓGICOS E ESTUDO DE CASO DO SÍTIO XILILI (PE), PORÇÃO CENTRAL DA PROVÍNCIA BORBOREMA: Geosciences = Geociências, v. 41, n. 1, p. 63–73, 18 maio 2022.