Enormes estruturas cravadas na crosta terrestre, as minas a céu aberto são exemplos de modificações significativas na superfície da Terra cunhadas pela humanidade.
Sendo ativas ou já desativadas, é difícil alguém não se impressionar com estas mega construções.
Mas quando olhamos estas minas, pensamos também no impacto que elas causam no meio ambiente.
Seja por uma questão de princípios ou pela pressão da sociedade, cada vez mais afeita à preservação ambiental, as mineradoras caminham em direção à produção mais sustentável.
Claro que há um longo caminho a ser trilhado para a excelência na exploração sustentável, mas é interessante observar que muitas destas áreas estão em processo de adequação às iniciativas sustentáveis, e outras já são bons exemplos de exploração mineral responsável com a natureza, com a sociedade e povos nativos.
A mina Diavik é uma das fontes mais relevantes de diamantes do mundo, com uma produção de mais de 100 milhões de quilates de diamantes desde o início das operações em 2003.
Em 2018, foi encontrado nesta mina um dos maiores diamantes com qualidade de gema do mundo, uma pedra de amarela de 552 quilates.
Diavik é atualmente administrada pela Rio Tinto.
A mina possui cerca de 7 km de largura, e está localizada no ártico do Canadá, onde estão quatro unidades de kimberlito.
A exploração da área é desafiadora, mas segue com sucesso através da aposta em alta tecnologia, cuidados com o meio ambiente, e utilizando parceria com povos indígenas.
As iniciativas sustentáveis incluem instalações de energia híbrida, eólica e a diesel.
A mina tem uma indicação de fechamento em poucos anos, mas o plano de recuperação está planejado e deverá ser executado com sucesso, pois deve envolver o preenchimento da cava por águas do enorme lago circundante.
Com uma produção anual de cerca de 25 milhões de toneladas de linhito, esta mina a céu aberto possui 35 km2 de área operacional, administrada pela RWE.
O material produzido na mina é utilizado na geração de energia na Alemanha. Apesar do uso do carvão estar sendo desencorajado pelas iniciativas ambientalistas, essa mina tem grande importância no cenário atual do país.
A Alemanha, junto com toda a Europa, passa por uma grave crise energética devido às sanções da Rússia resultantes da guerra com a Ucrânia.
Em seu site, a empresa RWE indica cerca de 77,4 km2 de uso do solo contabilizados até 2021, mas com 44,5 km2 de área reutilizada para cultivo agrícola e de florestas.
Kimberly
Não é coincidência.
O kimberlito, rocha ígnea onde são encontrados os diamantes, recebeu este nome devido a esta ocorrência mineral, nos arredores da cidade de Kimberly, na África do Sul.
A mina começou com uma colina em 1866, e foi inicialmente explorada por meios rústicos.
É a maior mina escavada à mão do mundo, com 1,6 km de largura e mais de 200 m de profundidade. A mina Kimberly produziu cerca de 15 milhões de quilates em diamantes.
A porção a céu aberto da mina foi desativada em 1914, mas as operações subterrâneas continuaram até recentemente.
Até esta década, não haviam sido empregadas iniciativas contundentes para suavizar o impacto ambiental da mina.
No entanto, a De Beers, empresa responsável pela extração na área por um longo período, criou nos últimos anos um programa de recuperação e conservação do meio ambiente na área desta mina e de outras, o Diamond Route.
Neste programa foram criados parques e trilhas ecológicas e pontos turísticos, por exemplo. Isto ajuda na recuperação ambiental e no desenvolvimento social das comunidades envolvidas.
Com 1200 m de profundidade e 4000 m de largura, a mina Bingham Canyon (ou Kennecott), nos Estados Unidos, é considerada a maior mina do mundo. Em operação desde 1903, o principal produto extraído nesta mina é o cobre, contando com uma produção de 17 milhões de toneladas.
A mina hoje é coordenada pela empresa Rio Tinto.
Esta área de mineração tem sido alvo de muitas críticas por parte dos ambientalistas, por danos à vida selvagem e poluição das águas, por exemplo.
Mas a empresa Rio Tinto se esforça para criar modos de reduzir o impacto ambiental, e recentemente conseguiu aposentar uma usina movida à carvão, deixando de emitir mais de um milhão de toneladas de dióxido de carbono todos os anos.
Sabemos que, mais em alguns casos do que em outros, as minas a céu aberto precisam progredir muito ainda na área da sustentabilidade.
Mas temos que considerar que não é possível mudar do dia para a noite um processo tão grandioso e ao mesmo tempo tão essencial para a humanidade quando o processo de explotação de bens minerais.
No entanto, observamos que, com a consciência ambiental cada vez mais presente e a crescente demanda por produtos e processos ambientalmente corretos, as empresas estão fazendo o possível para se adequar à esta realidade.