Você já viu uma garrafa de refrigerante quente ser aberta, e grande parte do seu conteúdo ser derramado para fora?
Há também experimentos escolares que usam o refrigerante para gerar impulso.
O gás responsável pelo o impulso do líquido é o dióxido de carbono (CO2), sem o qual o refrigerante seria nada mais que um xarope.
Mas, o que isso tem a ver com os kimberlitos?
Isto tem a ver com a forma como os kimberlitos e lamproítos atingem a superfície da Terra. Durante sua subida, o magma arrasta diversos fragmentos de rochas e minerais que estão no entorno (xenólitos), incluindo o diamante.
Estes fragmentos podem compor até 25% de seu conteúdo.
Isto é surpreendente, pois, mesmo sendo denso e “dando carona” para tantos fragmentos, este magma sobe, e de forma rápida.
Como é possível?
O magma kimberlítico teria baixo conteúdo de sílica originalmente (sub-saturado).
Durante sua ascensão, o magma kimberlítico assimila rochas e minerais ricos e sílica (mais ácidos), que são então fundidos e causam a sua acidificação.
Conforme fica mais ácido, o magma diminui gradualmente sua capacidade de manter a fase fluida (CO2 e água) dissolvida.
É semelhante ao que acontece com o refrigerante: quanto menos frio, menor é sua capacidade de manter o gás (CO2) dissolvido.
No magma, a liberação contínua de voláteis aumenta continuamente a flutuabilidade do magma e dá impulso para uma subida rápida e acelerada.
Para aumentar a força desta subida, as fragilidades geológicas (do manto e da crosta) pelas quais o magma sobe ficam cada vez mais estreitas, aumentando a pressão do magma.
É como conectar um tubo largo ou uma mangueira em uma caixa d’água: a força da saída da água é maior através da abertura mais estreita.
No entanto, na caixa d’água, a força motriz é a gravidade, e nos kimberlitos são os voláteis que desempenham este papel.