Similaridades e diferenças, entre Depósitos Iron Oxide-Copper-Gold (IOCG) e Intrusion Related Gold Systems (IRGS)

No vasto mundo da geologia e da mineração, dois tipos de depósitos capturam a atenção de especialistas e entusiastas: os Depósitos Iron Oxide-Copper-Gold (IOCG) e os Intrusion Related Gold Systems (IRGS).
Ambos surgem como resultado de intensa atividade hidrotermal em ambientes geológicos específicos.

No entanto, ao explorar suas similaridades e diferenças, uma visão mais profunda emerge, revelando nuances que destacam a complexidade e a diversidade do nosso planeta.

Confira a seguir algumas similaridades e diferenças entre estes 2 depósitos:

Similaridades:
Origem Hidrotermal: Ambos os tipos de depósitos se formam devido à atividade hidrotermal em ambientes geológicos específicos. Associação com Rochas Ígneas:

Tanto os depósitos IOCG quanto os IRGS estão frequentemente associados a intrusões ígneas. Ambos podem conter ouro como um componente significativo de seus minerais de minério.

Diferenças:
IOCG: São caracterizados pela presença de minerais de óxido de ferro, como hematita, magnetita e outros. Possuem uma ampla variedade de minerais de cobre e frequentemente contêm ouro e outros metais preciosos. Sua morfologia inclui veios, disseminações e brechas. IRGS: São principalmente depósitos de ouro associados a sulfetos e são caracterizados por minerais de ouro, como pirita e arsenopirita. A morfologia típica é de veios e lentes de quartzo com minerais de ouro.

Relação com Rochas Específicas:

IOCG: Estão associados a uma variedade de tipos de rochas ígneas, incluindo granitos,

dioritos e gabros, assim como rochas sedimentares.

IRGS: Geralmente ocorrem em associação com granitos, especialmente os granitos auríferos.

Controle Estrutural:

●       IOCG: O controle estrutural pode ser regional e local, frequentemente associado a zonas de falha e fraturamento relacionadas à tectônica.
●       IRGS: Os IRGS frequentemente têm um forte controle estrutural local, relacionado à intrusão do granito e à formação de veios auríferos.

Ambiente Tectônico e Idade dos Depósitos:

IOCG: Geralmente ocorrem em ambientes de margens continentais convergentes e

subdução, com idades geológicas que variam do Arqueano até o presente.

IRGS: Muitos IRGS ocorrem em ambientes de rift continental e são mais comuns em terrenos

pré-cambrianos, embora possam ser encontrados em outros períodos geológicos.

Nível Crustal de Formação:

●       IOCG: Costumam se formar em profundidades crustais maiores, abaixo de 5 km.

●       IRGS: Geralmente são formados em níveis crustais mais rasos, entre 1 e 5 km de

profundidade.

Alterações Hidrotermais:

●       IOCG: Apresentam uma variedade de alterações hidrotermais, incluindo potássica, propilítica e argílica.

●       IRGS: São frequentemente associados a alterações hidrotermais de sericitação, cloritização e quartzação.

Fonte dos Fluidos e Metais:

●       IOCG: Os fluidos hidrotermais em depósitos IOCG frequentemente derivam da água

magmática e podem conter uma variedade de metais.

●       IRGS: Os fluidos hidrotermais em IRGS são geralmente derivados da água magmática associada à intrusão do granito e transportam ouro em solução.

Ao delinear as semelhanças e distinções entre Depósitos IOCG e IRGS, mergulhamos em um fascinante panorama geológico. A origem hidrotermal e a associação com rochas ígneas unem esses depósitos, enquanto suas diferentes morfologias, relações com rochas específicas, controles estruturais e níveis crustais de formação proporcionam uma riqueza de variações. A compreensão dessas características, juntamente com as idades geológicas e ambientes tectônicos distintos, contribui para uma apreciação mais profunda da complexidade e diversidade dos processos geológicos e depósitos minerais.

Biondi, João Carlos. Processos metalogenéticos e os depósitos minerais brasileiros. São Paulo : Oficina de Textos, 2003.

Guilbert, J.M. and Park, C. F. (1986) The Geology of Ore Deposits. W. H. Freeman and Company, New York.

Metalogênese das províncias tectônicas brasileiras /Organizadores Maria da Glória da Silva, Manoel Barretto
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