100 anos da descoberta de ovos de dinossauro

100 anos uma grande descoberta chocou a humanidade: os dinossauros botavam ovos. Durante o último século, ovos, ninhos e embriões de dinossauros foram registrados e inspiraram diversas linhas de pesquisa, como estudos de reprodução, fisiologia e comportamento de dinossauros.

O líder da primeira expedição que reconheceu as peças como ovos de dinossauros foi o naturalista e paleontólogo Roy Chapman Andrews, do Museu Americano de História Natural (AMNH) de Nova York. Este evento ocorreu em julho de 1923, no deserto de Gobi, na Mongólia.

A expedição desenterrou ovos de dinossauros fossilizados dentro do ninho. A descoberta conseguiu identificar 25 ovos neste ninho, e foi o primeiro de muitos ninhos encontrados na área. Em um primeiro momento, a equipe considerou que aqueles artefatos poderiam ser concreções de arenito ou algo do tipo. Mas depois de examinar com cuidado, os artefatos tinham tudo para serem ovos mesmo.

Assim, ficou confirmado que os dinossauros botavam ovos, assim como os répteis de hoje. Foram mais de vinte ovos identificados no ninho.

Ao analisar o contexto em detalhe, os paleontólogos também encontraram ossos de um dinossauro desconhecido dentro do ninho, parecido com um pássaro, e interpretaram que esse dinossauro devia estar roubando os ovos. Por isso o dinossauro recebeu o nome de Oviraptor (“ladrão de ovos”). E, os ovos, seriam de Protoceratops, uma espécie conhecida também encontrada na área.

No entanto, depois de mais de 70 anos, a interpretação mudou. Os cientistas perceberam que o dinossauro Oviraptor era uma fêmea sentada em um ninho, e morreu em uma forte tempestade de areia. Esta reviravolta só foi possível porque, na década de 90, novas expedições na região encontraram ovos com embriões, e os cientistas reconheceram as características esqueléticas do Oviraptor.

‌O deserto de Gobi é considerado um dos maiores reservatórios de fóssil de dinossauro do mundo.
As descobertas das equipes americanas no local contribuíram muito para a ciência.
No entanto, hoje em dia, as expedições de Andrews geram uma certa polêmica. Na época, uma expedição estrangeira ir a um país e retirar materiais de importância histórica ou econômica era visto com naturalidade.
Mas hoje a sociedade possui uma outra visão e repudia este tipo de ação. Por isso, há iniciativas da comunidade internacional para repatriar fósseis retirados do país.