A litosfera é a camada mais externa do planeta, composta pela crosta terrestre e pela parte superior do manto superior.
Mas existem tipos diferentes de litosfera.
O primeiro aspecto a se considerar é que a litosfera possui composição diferenciada na parte continental e na parte oceânica. Uma litosfera oceânica “normal” deve ser muito mais máfica e menos espessa que a litosfera continental.
Esperamos uma composição próxima de homogênea da crosta e do manto sob a crosta na parte oceânica, apesar de diversos tipos de variações serem encontrados.
Isto porque o processo de formação da crosta oceânica é praticamente um só, através da dispersão nas cadeias meso-oceânicas. Já a litosfera continental é mais ácida no todo, mas possui composição muito variada em termos de tipos de rocha, de processos formadores, de espessura, e de idade.
Com uma grande variedade de tipos de rocha, a parte superior da litosfera continental é nossa principal fonte de recursos minerais. A variedade é resultado de sucessivos processos tectônicos e rochas destes processos que foram herdadas pelo continente.
Temos que alguns tipos de riquezas minerais são associados a determinados tipos litosfera. Por exemplo, depósitos ricos em flúor são formados por mantos sob a crosta atrás do arco magmático de zonas de subducção. Ou depósitos com diamantes, que ocorrem em núcleos de litosfera mais antiga.
A presença ou ausência de determinados tipos de riqueza tem uma ligação profunda com o que há no manto sob a crosta, e entender isso pode facilitar na busca por possíveis depósitos.
Além da distribuição de riquezas, os tipos de litosfera continental influenciarão também na evolução tectônica do continente, definindo onde o manto é mais propenso a ser preservado em uma possível quebra.
Além disso, regiões mais antigas são menos propensas a terremotos e mesmo a eventos vulcânicos em alguns casos, em comparação com regiões relativamente mais novas, por exemplo.
Claro que toda regra tem exceções, mas esta é uma forma de pensar o comportamento geral.
Alguns autores adotam a terminologia de Griffin et al. (1999) e Griffin et al. (2009) para o manto sub-continental, classificando-a como Archon, Proton e Tecton. Estas classificações observam o grau de empobrecimento da litosfera em relação ao manto primitivo da Terra, e este grau tem uma relação direta com a idade.
Os mantos litosféricos tipo Archon são regiões com manto muito empobrecido em CaO e Al2O3, e coincidem com regiões arqueanas (> 2,5 bilhões de anos).
Regiões estáveis desde o intervalo de 2,5-1 bilhões de anos, e pouco menos empobrecidas, correspondem ao tipo Proton.
Finalmente, o tipo Tecton são regiões moderadamente empobrecidas em CaO e Al2O3, e mais novas que 1 bilhão de anos. Esta classificação tem como base estudos de xenólitos do manto.
A diferença maior parece estar entre o tipo Archon e os demais, pois este tem uma flutuabilidade e viscosidade muito maiores, e por isso parece ser quase indestrutível.
Não é por coincidência que estas regiões são componentes essenciais dos crátons, as zonas mais estáveis do planeta. Mas os terrenos do tipo Proton também podem ser muito resistentes, mas as composições nesta classe variam bastante.
Aparentemente, o manto sob grande parte dos escudos Proterozóicos seria manto arqueano refertilizado por flúidos mais novos.
Dos três tipos, sem dúvida o tipo Tecton é o tipo mais facilmente destruído nos processos dinâmicos de modificação da superfície da Terra.