O zinco é um componente essencial na nutrição humana, mas que frequentemente está em pouca quantidade ou em falta na alimentação de muitas pessoas. Estima-se que 800 mil mortes por ano no mundo sejam causadas pela falta do zinco (Luis et al., 2023).
Grande parte do zinco vem das carnes e frutos do mar.
O problema é que, com a crise econômica mundial, este tipo de alimento vem sido cada vez mais raro na mesa dos brasileiros e de pessoas pelo mundo todo.
A falta do zinco na dieta da população pode ser responsável por diversas questões de saúde.
Algumas são menos prejudiciais, como quebra de unhas, problemas com perda de peso e ganho de massa magra, e problemas de libido. Outras são mais graves, como distúrbios do sistema imunológico, neurológicos, infertilidade e problemas de cicatrização.
A carência de zinco prejudica a síntese de proteínas, a divisão celular e síntese do DNA.
Para crianças e jovens, a deficiência nutricional em zinco atrapalha o crescimento e desenvolvimento e em grávidas prejudica o desenvolvimento fetal (Daccak et al., 2022).
A biofortificação pode ser uma saída para auxiliar na nutrição da população, pois são métodos que inserem minerais essenciais na matéria-prima dos alimentos.
Duas pesquisas recentes foram lançadas sobre biofortificação em zinco para pães, uvas e vinhos, por pesquisadores de Portugal.
Através da nutrição das plantas, neste caso, de trigo e parreiras (Luis et al., 2023, Daccak et al., 2022), foi possível criar produtos fortificados em zinco.
Nas parreiras, foram feitas aplicações foliares com ZnSO4 e ZnO, a uma medida entre 150 e 900 g por hectare.
O resultado foi um sucesso.
Obtiveram frutos ricos em zinco, e o aspecto final e cores das uvas não foi alterado, o que é um parâmetro importante para o sucesso na venda das uvas. Após a colheita, foi produzido vinho com estas uvas, e o vinho também se mostrou fortificado em zinco.
Para o trigo, que poderá ser usado na produção de pães e bolos, houve alguma perda de produtividade, mas não houve perda na massa e total de proteína do alimento.
O crescimento populacional traz diversos desafios para o mundo, em relação à alimentação de qualidade para todos.
A deficiência nutricional é um problema de saúde pública, e por isso impacta a todos. Por isso, o desenvolvimento de pesquisas como estas de Portugal precisa ser incentivado para que mais pessoas tenham acesso à alimentos de mais alto valor nutricional, ainda que com poucos recursos financeiros.