Os depósitos sedimentares são uma importante fonte de recursos minerais utilizados em diversas indústrias.
Eles podem ser classificados em dois grandes grupos: depósitos de minerais não-metálicos e depósitos sedimentares metálicos.
Cada um desses grupos desempenha um papel fundamental na economia e no desenvolvimento tecnológico.
Depósitos Sedimentares de Minerais Não-Metálicos
Depósitos calcários: Formados principalmente pela precipitação química e pela ação de organismos marinhos, são amplamente empregados na produção de cimento, corretivos de solo para a agricultura e na construção civil.
Depósitos de areias:
As areias quartzosas de alta pureza são formadas pela remoção seletiva de minerais menos resistentes ao intemperismo, deixando apenas o quartzo.
Esses materiais são utilizados como matérias-primas na indústria do vidro e na fabricação de cabos de fibras ópticas, que substituem os fios de cobre em redes de comunicação. Em regiões do norte dos Estados Unidos e sul do Canadá, as geleiras pleistocênicas transportaram e distribuíram grandes volumes de areia e cascalho, que hoje são extraídos para aplicações na construção civil.
Além disso, sedimentos semelhantes podem ser encontrados em canais fluviais atuais e antigos.
Depósitos de argilas:
As argilas de alta pureza se formam por extensos processos de intemperismo químico, resultando na alteração e desagregação de minerais silicáticos.
Esses depósitos são fundamentais na indústria cerâmica, sendo utilizados tanto na fabricação de produtos domésticos, como louças e tijolos, quanto em aplicações industriais, como revestimentos refratários e isolantes térmicos.
Depósitos evaporíticos:
Depósitos evaporíticos de gipsita, precipitados a partir de soluções aquosas, são usados na produção de gesso. Outros sais evaporíticos, como os de sódio e potássio, possuem diversas aplicações, incluindo a fabricação de fertilizantes e o uso na alimentação humana.
Depósitos fosfáticos:
As rochas fosfáticas são formadas principalmente pela precipitação de compostos de fósforo em ambientes marinhos, frequentemente associados a processos biogênicos.
Esses depósitos desempenham um papel crucial na produção de fertilizantes fosfatados, fundamentais para a produtividade agrícola global.
Além disso, o fósforo extraído dessas rochas é utilizado na fabricação de produtos químicos e na indústria metalúrgica.
Depósitos Sedimentares Metálicos
Depósitos sedimentares também são importantes fontes de metais como cobre e ferro.
Esses minerais são frequentemente precipitados quimicamente em ambientes sedimentares ricos em soluções metalíferas.
O Kupferschiefer, um depósito permiano da Alemanha, é um exemplo de minério sedimentar de cobre. Acredita-se que tenha se formado a partir de salmouras hidrotermais ricas em sulfetos, que interagiram com sedimentos marinhos.
Os mais importantes minérios de ferro do mundo são encontrados em rochas sedimentares do Precambriano.
No passado, quando a atmosfera terrestre continha pouco oxigênio, o ferro solúvel águas subterrâneas era transportado até mares rasos, onde oxidava e precipitava como camadas ferruginosas alternadas com sílex.
Pláceres: Depósitos Minerais Concentrados pela Ação da Água:
Os pláceres são depósitos sedimentares ricos em minerais pesados, como ouro, diamantes, magnetita e cassiterita.
Eles se formam quando a corrente de um rio removem minerais mais leves e transportam apenas os mais densos, acumulando-os em leitos. A técnica de garimpagem com bateia exemplifica esse processo.
A movimentação da bateia cheia de água permite que os minerais mais leves sejam removidos, enquanto os mais densos, como o ouro, permanecem no fundo.
Muitos garimpeiros rastreiam os pláceres rio acima em busca da fonte original do minério.
A história registra vários episódios de descoberta de grandes jazidas por meio dos pláceres.
Um exemplo notável é a Corrida do Ouro da Califórnia, em 1848, impulsionada pela erosão do Mother Lode, um grande sistema de veios auríferos. Outra descoberta relevante ocorreu na África do Sul, onde pláceres levaram à localização das minas de diamante de Kimberley, duas décadas depois.
Os pláceres continuam sendo uma das fontes mais importantes de metais preciosos, mantendo-se relevantes tanto histórica quanto economicamente.
Fonte: GROTZINGER, John P; JORDAN, Thomas H. Para entender a terra. 6. ed. [Porto Alegre]: Bookman, 2013
