O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar que contém querogênio, um complexo orgânico que, ao ser aquecido, pode ser convertido em óleo e gás.
Embora não seja possível extrair esses compostos por meio de solventes convencionais, o processo de aquecimento pode liberar esses recursos de forma semelhante ao que ocorre com o petróleo.
No Brasil, uma rocha com essas características é o folhelho negro, também conhecido como folhelho pirobetuminoso. Encontrado em diversos estados, como Amazonas, Pará (Formação Caruá), Maranhão, Ceará, Alagoas, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul, o xisto betuminoso datado do período Permiano se destaca como uma importante fonte potencial de energia no país.
Além disso, existem depósitos de xisto do Terciário no Vale do Paraíba e em outras regiões do Rio Grande do Sul.
Embora os folhelhos betuminosos possam conter petróleo e grandes quantidades de gás, conhecido como gás não convencional, sua extração não ocorre de forma tão simples quanto as reservas de petróleo convencionais. Isso se deve à dificuldade de liberação do gás, que está preso nas rochas.
Para explorar esses recursos, são necessárias técnicas avançadas, como o uso de explosivos, água, areia e produtos químicos.
O processo de extração envolve a perfuração do solo para alcançar as camadas de xisto, seguida da perfuração horizontal, conforme os planos dos estratos.
Por meio dos furos horizontais, os explosivos são introduzidos, causando fraturas nas rochas e permitindo que uma mistura de água, areia e produtos químicos seja injetada sob alta pressão. Isso aumenta a permeabilidade da rocha, facilitando a liberação do gás para a superfície.
Embora a exploração do xisto betuminoso no Brasil ainda esteja em desenvolvimento, esse recurso tem o potencial de contribuir significativamente para a matriz energética do país, especialmente quando se considera o aumento da demanda por fontes alternativas de energia.