Jade: Do Simbolismo Cultural à Valorização no Mercado de Gemas

A jade é uma das gemas mais valorizadas no mundo, não apenas por sua beleza e versatilidade, mas também por sua profunda conexão com diversas culturas ao longo da história.

Reconhecida por sua resistência excepcional e tonalidades que vão do verde vibrante ao branco leitoso, a jade se destaca tanto no universo da joalheria quanto em peças decorativas e utilitárias.

Nesta matéria vamos conhecer essa gema que vem sendo admirada por mais de 5 mil anos e apresenta um grande valor histórico e cultural.

O que é a Jade?
O termo “jade” é utilizado para descrever duas espécies minerais distintas, mas visualmente semelhantes: a jadeíta e a nefrita. Ambas são silicatos, mas possuem composições químicas e estruturas cristalinas diferentes:
Jadeíta: Um silicato de sódio e alumínio, é a variedade mais rara e valorizada. Geralmente encontrada em tons de verde intenso.
Nefrita: Um silicato de cálcio e magnésio, mais comum e menos valioso, com coloração predominante verde escuro ou branco, mas que pode variar para tons amarelados e marrons.

A dureza da jade varia entre 6 e 7 na escala de Mohs, mas sua resistência ao impacto é muito superior à de outras gemas, devido à sua estrutura fibrosa ou granular densa.

Formação e Ocorrência
Forma-se devido a processos geológicos distintos mas ambos acontecem devido a elevadas temperaturas e pressão.
A jadeíta se forma principalmente em zonas de subducção, onde placas tectônicas entram em convergência. Sua origem está ligada ao metamorfismo de rochas ricas em alumínio submetidas a alta pressão e temperatura, durante o processo, fluidos enriquecidos em sílica e outros elementos penetram nas rochas, desencadeando a formação da jadeíta.

Já a Nefrita se forma através da alteração de outros minerais que são recristalizados devido a temperatura e pressão elevadas.
Os maiores depósitos de jadeíta estão localizados em Mianmar, sendo este o principal fornecedor mundial da variedade mais preciosa de jade.
Já a nefrita é encontrada em abundância na China, Nova Zelândia, Canadá, Rússia e Estados Unidos.
No Brasil, depósitos significativos de jade não foram identificados até o momento.

História e Uso Cultural
A jade tem uma longa história de uso cultural, especialmente na Ásia e nas Américas.
Na China, por exemplo, a gema é considerada um símbolo de pureza, virtude e status social, sendo usada em artefatos religiosos, esculturas e joias há mais de 5 mil anos.

Na cultura maia e asteca, a jade era mais valorizada do que o ouro, sendo associada à imortalidade e usada em rituais funerários.

Aplicações Modernas Atualmente, a jade continua sendo amplamente utilizada em joalheria, especialmente em forma de contas, pingentes e braceletes.
As peças de jadeíta de alta qualidade, conhecidas como “jade imperial verde”, são extremamente valorizadas no mercado de luxo, com preços que podem ultrapassar dezenas de milhares de dólares por quilate.

Características de Valorização
A qualidade da jade é avaliada com base em quatro principais fatores:

1. Cor: O verde intenso translúcido é o mais valioso, especialmente na jadeíta.
2. Transparência: A jade de melhor qualidade é translúcida, permitindo que a luz passe parcialmente através do material.
3. Textura: A uniformidade da textura, sem inclusões ou fissuras visíveis, aumenta o valor da gema.
4. Lapidação: A jade é geralmente lapidada em cabochão ou utilizada em esculturas, valorizando ao máximo sua cor e forma natural.

A jade é muito mais do que uma gema; ela é um símbolo cultural e histórico com uma durabilidade que a diferencia de outras pedras preciosas. Sua raridade, beleza e diversidade de usos tornam-na indispensável no mercado de gemas e no universo da mineração.

Para os amantes de pedras preciosas, a jade representa o equilíbrio perfeito entre história, estética e funcionalidade.

Fonte: Klein, C. & Dutrow, B. 2012. Manual de Ciências dos Minerais (23º edição). Tradução e revisão técnica: Rualdo Menegat. Editora Bookman, Porto Alegre, Brasil.


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