Como as rochas são datadas?

Decifrar os segredos guardados nas camadas de rochas e a formação do nosso planeta sempre foi um tópico importante para geologia.

Uma ferramenta indispensável nesse processo é a datação de rochas, que nos permite viajar no tempo geológico para entender a formação das rochas e de depósitos minerais. Para isso usamos a geocronologia, que é o estudo do tempo geológico por meio da datação absoluta e da datação relativa.

A datação absoluta é como um cronômetro que nos permite medir o tempo em anos, milhões ou bilhões deles. Pode ser determinado pelo conteúdo fossilífero ou datação radiométrica
A técnica mais proeminente nesse campo é a datação radiométrica, onde isótopos radioativos desempenham o papel principal.
Por exemplo, o urânio decai para produzir chumbo, e medindo a proporção desses isótopos em uma amostra de rocha, os geólogos podem calcular a idade absoluta. Esse método é crucial para determinar a idade exata de formações geológicas e depósitos minerais.

Enquanto a datação absoluta nos oferece uma linha do tempo precisa, a datação relativa nos leva a entender a ordem dos eventos geológicos. A estratigrafia é a aliada nesse processo, examinando a disposição das camadas de rochas. Alguns principios da estratigrafia ou Leis de Steno são analisados na datação relativa, como por exemplo:

Princípio da superposição: Nas sequências de camadas rochosas que não sofreram deformação e se encontram horizontais,  a camada mais antiga se escontra abaixo da camada mais recente. Se caso essas camadas sofram uma inclinação ou sejam invertidas devido a algum acontecimento, o conteúdo fóssil presente indicará a base e topo das camadas.

Princípio da horizontalidade: Os sedimentos são sempre depositados horizontalmente e qualquer fenomeno geologico que modifique a horizontaldade aconteceu posteriormente à sedimentação.

Princípio da continuidade lateral: As camadas sedimentares são contínuas horizontalmente e vão se afinando até suas margens.

No entanto, podem acontecer interrupções na sedimentação e existir intervalos não registrados em camadas.

A datação de rochas é a chave para desvendar a história geológica e mineralógica da Terra. Ao combinar métodos de datação absoluta e relativa, possibilita aos geólogos criar uma narrativa detalhada dos eventos que moldaram a superfície do nosso planeta ao longo do tempo.