O relógio da geologia: porque há intervalos maiores e menores na escala do tempo geológico?

Para a mineração no Brasil, os terrenos mais antigos são de suma importância, pois sua geologia diz sobre a forma como os depósitos minerais de grande valor ocorrem na natureza.

Mas, quando olhamos o registro do tempo geológico, há uma disparidade entre os intervalos de tempo. Observamos que quase todo o “relógio geológico” é tomado por estes éons mais antigos, Hadeano, Arqueano e Proterozóico.
Por que?

O que pode confundir as pessoas que não estão habituadas com a escala geológica é que há éons maiores, mas estes não são necessariamente mais “importantes” que os demais.

A verdade é que, quando maior o conhecimento sobre o período, mais divisões conseguimos fazer. Isto significa que, quanto mais recente a idade no tempo geológico, mais detalhada é a divisão e melhor compreendida é a geologia.

Com todos os processos de transformação pelos quais a superfície da Terra passou, grande parte dos registros antigos se perdeu. E pela escassez de registros de rocha bem preservados, que tragam mais dados sobre estes éons, há diversas dúvidas sobre como o planeta evoluiu nesses intervalos.

Por exemplo, há debates sobre o quando foi início da tectônica global, movida em grande parte pela subducção de oceanos. Por isso, muitos pesquisadores se debruçam sobre os terrenos antigos, dedicando muito tempo e esforço, a fim de melhorar a compreensão destes terrenos geológicos.

Os nomes dos terrenos antigos nos dão uma idéia de quão diferente era a paisagem e o ambiente na superfície da Terra nestes éons, e o quanto evoluiu até hoje:

Hadeano

O nome do éon Hadeano (4600 a 4000 milhões de anos atrás) vem de “Hades”, o deus grego do submundo, em referência às paisagens “infernais” interpretadas para este período. Muitos autores se referem à fase da Terra nesta época como “oceano de magma”.

Arqueano

Já o nome Arqueano (4000 a 2000 milhões de anos atrás) vem do grego “arkhé”, que significa “começo”. Isto porque neste período foram criados os primeiros segmentos de crosta continental, e as primeiras formas de vida na Terra.

Proterozóico

O último e mais longo é o Éon Proterozoico (2500 a 541 milhões de anos atrás), onde “protero” significa “antigo e anterior”. Isto porque este éon ocorre antes das formas mais complexas de vida.

O final deste éon marca o surgimento de surgem organismos multicelulares de corpo mole, também conhecidos como “Fauna de Ediacara”.