Erros mais comuns na escolha de amostras para testes de beneficiamento

O estudo de beneficiamento de minério é fundamental para maximizar a recuperação do material e reduzir custos operacionais, incluindo a diminuição dos rejeitos.

Para obter um equilíbrio entre essas variáveis, é preciso definir uma rota de concentração baseada em amostragem representativa, caso contrário, a rota não será aderente na prática.

Para isso, é necessário planejar o beneficiamento adequadamente, baseado em ensaios, que são guiados pela amostra representativa do material.

No entanto, muitos erros são cometidos na obtenção dessa amostra representativa.

Nesta matéria, serão apresentados quatro erros comuns relacionados à amostragem representativa na definição da rota de processo.

O primeiro desses erros é a questão da “A” amostra.

Se apenas uma única amostra for utilizada, será impossível avaliar a variabilidade do material. Outra falha comum é a interpretação equivocada de que a amostra representativa é a amostra média.

A segunda questão é em relação a interpretação do sensu comum que a “A”amostra representativa é a amostra média.

Busca-se um blend médio dos materiais como se isso representa-se o que será alimentado na planta.

Nesse erro algumas coisas são bem obvias, por exemplo, é impossível a planta ser alimentada com esse blend médio, por vezes, são utilizados nesses blends materiais não aflorantes, que possivelmente nunca serão alimentados como os materiais mais superficiais.

Na figura há um exemplo real do que representaria uma amostra média.

No gráfico está apresentada a compacidade média nos anos de operação, extraída do sequenciamento de lavra até a exaustão da mina.

O objetivo desse estudo era “A” amostra representativa para dimensionamento da moagem. Como é possível observar no exemplo, caso fosse feita uma composição média para esse dimensionamento, a usina iria trabalhar por mais de 15 anos superdimensionada e a partir do vigésimo quinto ano ela estaria subdimensionada.

O terceiro erro mais comum está na definição da “A” amostra média a partir do blend dos litotipos, sem levar em consideração o volume que eles representam no depósito.

E em linha com esse erro está o quarto, que é amostrar apenas o material aflorante.

Para explicar, imagine que estamos amostrando um bolo, amostrar só a parte aflorante é como amostrar só a cobertura do bolo, e não levar em consideração a relação volumétrica para compor a amostra é como se estivéssemos colocando uma amostra meio massa de bolo e meio cobertura, quando na pratica a cobertura representa 10% do total do bolo.

Em resumo, os quatro pontos são: não considerar a variabilidade, não considerar a temporalidade na amostragem, não considerar o modelo de volume na composição ponderada e utilizar apenas materiais aflorantes que podem representar um volume baixo do total.