As empresas de mineração passam por etapas, desde a exploração até a produção, e cada etapa tem um tipo de trabalho e o valor de mercado associado.
O entendimento destas fases tem grande valor para investidores especulativos, para que possam entender o processo de mineração e balizar suas expectativas.
O conceito
Há pouco conhecimento sobre como os corpos rochosos se distribuem na subsuperfície.
Então, é o momento da preparação do modelo do terreno, que irá dizer onde é mais provável que estejam os depósitos de metais.
Aqui entra o trabalho intenso dos geocientistas (geólogos de campo, geoquímicos, geofísicos, por exemplo).
Como o conhecimento é subjetivo, o risco é maior, e por isso esta fase possui baixo valor de retorno associado.
O momento pré-descoberta
A certeza do que há na subsuperfície só virá com a perfuração, simples assim. Com o investimento em perfurações, os profissionais responsáveis pelo modelo geológico podem ajustá-lo, tornando-o cada vez mais próximo da realidade geológica do local.
Ainda há um alto risco, mas as estimativas do potencial mineral se tornam mais confiáveis.
A presença de amostras com bom teor do recurso explorado é o que fomenta o avanço da exploração e os investimentos.
A descoberta
Afinal, a descoberta.
É a primeira recompensa por todo dinheiro esforço empregado.
A descoberta acontece quando a exploração revela uma quantidade significativa do mineral a ser extraído, a ponto de merecer um estudo mais aprofundado de viabilidade econômica. Esta etapa precede uma nova fase de riscos e financiamento.
Por isso, a maior parte dos especuladores desiste neste ponto.
A análise de viabilidade
É a hora da verdade.
A jazida poderá ser explorada?
Os estudos desta etapa podem demonstrar se a jazida tem potencial para se tornar uma mina rentável.
Os investidores institucionais irão decidir se avançam com este projeto, e é comum os especuladores investirem nesta etapa. É um período de incerteza ainda.
O desenvolvimento da mina
Esta etapa é atingida se o projeto se mostrou rentável.
A maior parte dos projetos de exploração não chega a esse estágio. É o momento de planejar a produção do minério, através da formação de uma boa equipe de operações.
Ainda, é preciso garantir o financiamento para o desenvolvimento da mina, o que anima os investidores pois mostra o potencial de receita a ser gerada.
Aqui ainda há riscos, mas agora ligados à atividade da equipe de operação, não mais ao risco geológico.
A produção
É hora de colher os louros.
A mina está em produção, gerando receita para os investidores que se mantiveram no projeto.
Estudos de reavaliação da jazida atrairão mais investidores e aumentarão o valor de mercado das empresas envolvidas, além de trabalhar para manter os investidores existentes.
O esgotamento
Esta fase é inevitável, pois uma hora se chega ao limite da viabilidade econômica de explotação do recurso. Mas este momento é adiado se os estudos de reavaliação conseguirem expandir a extensão da mina.
Caso isso não aconteça, a produção entrará em declínio. Também a empresa verá seu valor diminuir, se não houver outras áreas de investimento.
Os investidores tenderão a sair.
Existem outros riscos que não estão contemplados nestas etapas, como, por exemplo, flutuações no mercado e problemas com a mão-de-obra.
Isto tudo faz com que a exploração mineral seja um negócio de alto risco. Porém, com a administração correta das operações e dos investimentos, observando os diferentes ciclos de vida da mina e suas peculiaridades, é possível se planejar para ter bons retornos desta atividade.