Tuzo e Jason O que são as “Superplumas” do manto terrestre

Em algumas ilustrações e textos, o manto é indicado como rocha fundida, mas isso não é verdade.

O manto é formado por uma camada de quase 2900 quilômetros de espessura rocha dura, com algumas partes mais flúidas.

Talvez a existência de anomalias sísmicas seja a maior prova de que o manto é predominantemente sólido. Do contrário, as chamadas “ondas S” não passariam.

Duas enigmáticas regiões anômalas na base do manto da Terra chamam a atenção de especialistas há algumas décadas.

Tuzo e Jason são anomalias sob o continente africano e sob o Oceano Pacífico, respectivamente.

São anomalias de baixa velocidade de onda S, ou seja, a onda sísmica passa por essas zonas com uma velocidade muito mais devagar do que o que seria esperado.
Este comportamento é típico de zonas com flúidos, por exemplo, pois a onda S precisa de uma estrutura cristalina organizada para conseguir ir adiante, e porções mais líquidas dentro do manto irão então dificultar a passagem da onda.

O mistério estaria resolvido se não fosse uma evidência contrária: alta densidade. As anomalias também possuem alta densidade (são anomalias positivas no geóide terrestre), o que não é uma resposta física coerente com duas possíveis superplumas de flúidos.


Então, o que poderiam ser estas anomalias?


Acredita-se que Tuzo e Jason tenham origem na subducção de crostas oceânicas antigas, acumuladas no fundo do manto ao longo da história da Terra.

O processo de subducção coloca no interior da Terra rochas diferentes das que se esperaria em um manto primitivo, e promove a geração de minerais hidratados.


A relação destas anomalias com plumas de magma vem do fato de que há uma profusão de plumas estão ou estiveram localizadas sobre o contorno destas grandes anomalias.

Acredita-se que estas anomalias são isolantes térmicos, o que torna mais fácil o acúmulo de calor que vem do núcleo terrestre em suas bordas, e gera a fusão de rochas do manto.