A mineração é tachada como uma grande vilã na modificação da crosta terrestre e na poluição.
Mas, o mesmo movimento ambiental que luta contra a mineração, precisa dela para progredir, o que gera uma contradição de ordem prática: eles são elos de uma mesma corrente.
A contradição entre querer energia limpa e não querer mineração pode ser explicada pelo fato de que os meios de se obter as energias limpas dependem da mineração para serem construídos, como no caso de equipamentos para energia eólica e fotovoltaica.
E, na verdade, o buraco é mais embaixo.
A explosão de demanda sobre baterias de carros elétricos por exemplo está exigindo uma verdadeira “corrida ao ouro” atrás de lítio e elementos terras raras, por exemplo.
“E agora José? ”
O ritmo de produção mundial dos elementos minerais para suprir o mercado é insuficiente.
Para os elementos terras raras, por exemplo, a China possui grande parte da produção, mas o resto do mundo ainda está muito atrás na obtenção deste tipo de recurso mineral.
Uma opção para obter terras raras seria a exploração do fundo oceânico, que seria rico não só neste recurso, mas em outros, como cobalto e manganês.
Mas esta atividade é contrária à preservação ambiental dos oceanos, pelo menos enquanto não temos regras bem definidas de exploração, e nem mesmo estimativas claras do dano ambiental que causaria.
A mineração espacial é uma outra saída, mas está um pouco longe de ser conseguida, pois está na fase de desenvolvimento de tecnologias, e o longo prazo não atrai investidores.
Com tudo isso, a alternativa mais realista (e mais sensata, por hora?) seria o investimento em pesquisa no uso de outros materiais menos raros para aplicação nas fontes de energia limpa, o que já vem acontecendo.
Mas será preciso muito investimento em pesquisa para alcançarmos esta solução.