Praticamente todos os minerais, salvo os 0,3% que são amorfos, têm uma estrutura cristalina, ou seja, formam cristais.
Compreender a estrutura cristalina das argilas é indispensável para conseguirmos entender a maneira como elas são categorizadas em grupos e quais são suas aplicações.
Sabemos que quimicamente as argilas são silicatos de alumínio hidratados, comumente misturados com um ou mais minerais, como cálcio, sódio, potássio, manganês, ferro, titânio, lítio e/ou outros em pequenas quantidades.
Seus cristais possuem dimensão micrométrica (abaixo de 2 µm), podendo também apresentar os de dimensão nanométrica (1 a 100 nm).
Os cristais se originam da sobreposição de duas unidades estruturais expandidas horizontalmente: um conjunto de unidades tetraédricas formadas por um cátion de silício rodeado de três átomos de oxigênio ou hidroxila e outro conjunto de unidades octaédricas de alumínio ou magnésio entre dois planos de oxigênios ou hidroxilas.
Essa estrutura cristalina proporciona às argilas a clivagem em uma direção.
Essas unidades estruturais podem se arranjar de duas maneiras diferentes, dando às estruturas cristalinas duas classificações distintas:
Estrutura ou Lâmina 1:1, na qual uma camada tetraédrica está ligada a uma camada octaédrica;
Estrutura ou Lâmina 2:1, na qual uma camada octaédrica está entre duas camadas tetraédricas.
A classificação acima direciona o emprego de cada material.
O controle de qualidade dos produtos que usam a argila em sua composição depende da caracterização da matéria prima, isso quer dizer que para se obter o produto final desejado é preciso entender o comportamento físico e físico-químico dos materiais, como por exemplo o índice de plasticidade daquela argila ou seu comportamento pós secagem e isso é possível quando analisamos e conhecemos a matéria prima.